domingo, 13 de setembro de 2015

"Como um rio que corre para o mar
Correntezas carregam o medo
Confiança para atravessar
A fronteira do eu derradeiro"
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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Vamos ao museu? Museu de Imagens do inconsciente


Como desenhar mandala


Apenas sincronicidade

Um conceito importante na teoria junguiana é a sincronicidade. Quando atendemos em psicoterapia nessa abordagem, ficamos atentos as sincronicidades que ocorrem durante o trabalho. A sincronicidade é um fator abstrato e irrepresentável, por isso é difícil compreender este tema, porque temos primeiro que desconstruir alguns conceitos impregnados no nosso pensar ocidental. Por exemplo, temos que entender que todas as coisas são uma só, ou seja, como unidade e multiplicidade. E também aceitar que temos um olhar equivocado sobre o tempo, pois o temos como linear, mas a física quântica está aí para dizer que não é bem assim...  e claro que Jung  para escrever sobre um tema desse, recorreu a ela, além da astrologia, Schopenhauer, Rhine, filosofia oriental, entre outros. Na parte consciente de nossa psique, apreendemos o tempo linear (começo, meio e fim), mas estamos falando aqui do inconsciente, que é atemporal (tudo, ao mesmo tempo, agora). Por isso o inconsciente pode captar fatos anteriormente à consciência. E temos um inconsciente, chamado coletivo, que conecta todos os seres humanos, através de símbolos arquetípicos. Para algumas pessoas, o termo sincronicidade pode ser entendido como “coincidências”, porém, é mais complexo que isso, pois tem relação com simultaneidade e tempo. São linhas que se cruzam formando uma só. São fatos distintos que não tem relação causal, mas sim de significado. Para nós, os detalhes são importantes em si mesmos; para a mente oriental, os detalhes juntos é que formam sempre o quadro global.  “A sincronicidade, portanto, significa, em primeiro lugar, a simultaneidade de um estado psíquico com um ou vários acontecimentos que aparecem como paralelos significativos de um estado subjetivo momentâneo e, em certas circunstâncias, também vice-versa.” (Jung, parag.850). Como, entre os anos de 1913 e 1914, Jung tinha sonhos repetitivos com rios de sangue banhando a Europa. Era uma mensagem do inconsciente sobre a violência e a matança coletivas que estavam para acontecer com a eclosão da primeira guerra mundial. Durante meu trabalho, sempre noto que alguns pacientes falam do mesmo tema que estou estudando na semana, ou de algum filme que vi um dia antes, sendo que este não é lançamento. Certa vez, sonhei com a profissão de um paciente desconhecido na noite anterior que iria atendê-lo pela primeira vez.  Sobrenatural? Não, apenas sincronicidade.

Referência: JUNG, C. G. “Sincronicidade”. Ed. Vozes, 12 ed. Petrópolis, 2004