sábado, 21 de novembro de 2015

Tratamento com psicologia analítica

"A terapia não é uma cura, pois não consideramos o paciente um doente, ele apenas não teve acesso às suas potencialidades, e essas não sendo reconhecidas, podem influenciar negativamente sua vida cotidiana"



por Leniza Castello Branco
Bem... não é o que o analista acha ou sua filosofia de vida que deve ser passada ao cliente, nem mesmo o que ele considera certo ou normal.

Jung acreditava que a psique (mente) tem potencial para a cura, e que seguindo o inconsciente através dos sonhos, símbolos, criações artísticas teríamos o caminho para a cura.

Por isso, o terapeuta deve ter o máximo de conhecimento não só de psicologia mas de literatura, artes, música, mitologia, religiões. Esse conhecimento geral vai ajudá-lo a entender melhor os símbolos e a psique de seu paciente.

Para isso ele pode usar várias técnicas que ajudarão no processo de tornar conteúdos desconhecidos conscientes.

Exemplos dessas técnicas são: imaginação ativa, interpretação de sonhos, fantoches, caixa de areia, pintura, expressão corporal e muito mais. No desenvolvimento desta coluna em textos posteriores explicarei cada uma delas.

Quem procura terapia geralmente atribui seus problemas, neuroses e infelicidade aos acasos da vida ou ao próximo - quanto mais próximo, melhor.

É função do terapeuta auxiliar a pessoa a reconhecer sua responsabilidade nos problemas que enfrenta. Para isso ele aponta a trave no olho, ao invés de ver o cisco no olho do vizinho.

O processo terapêutico auxilia a pessoa a entrar em contato consigo mesma, para desenvolver seu potencial criativo.

Não precisamos ficar doentes ou com problemas para procurarmos terapia. Ao contrário, deveríamos iniciá-la quando estamos bem, para termos mais força e reagirmos com mais equilíbrio frente aos problemas que temos de enfrentar.

A terapia não é uma cura, pois não consideramos o paciente um doente, ele apenas não teve acesso às suas potencialidades, e essas não sendo reconhecidas, podem influenciar negativamente sua vida cotidiana.

A terapia de abordagem junguiana tem como foco principal ligar aspectos inconscientes da personalidade ao ser consciente. Alcançando essa meta, seremos transformados através do processo que Jung chamou de “individuação”, unificando a personalidade e tornando-se consciente como individuo único e integro no mundo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

No final de ano...



Em tempos de luta por direitos mínimos, como água, alimentos e acesso à saúde, somos engolidos por uma metralhadora de propagandas para o consumo. Sim, o Natal se aproxima, e com ele a ditadura do ser e ter. Você não precisa ter muito para ser feliz, mas é influenciado para que consuma, cada vez mais, sem necessidade,  para que seja criada uma falsa ilusão de completude no vazio existencial, que assombram a maioria das pessoas. E o precisar ser muitas coisas, se resume nessa exigência contínua de vários papéis e tarefas que "temos" que cumprir, e rápido, para sermos pessoas bem sucedidas. Percebo que de tantas informações, possibilidades e velocidade que hoje se relacionam com as nossas vidas, cresce fortemente o número de casos de adoecimento psíquico. Estamos nos tornando superficiais e frágeis, vide a crescente construção de bares e farmácias nas cidades. Onde estão as crianças que brincavam na rua enquanto os vizinhos batiam papo na calçada? Onde estão os parques e praças que as cidades deveriam ter para melhorar a convivência entre as pessoas e o contato com a natureza? Por que tanta intolerância contra as diferenças? Para que tantos carros blindados, segurança privada, câmeras de segurança, cercas elétricas e sistema de alarmes? Do que tanto temos medo? Da violência? Mas quem gera violência? Será que não somos nós os responsáveis devido ao distanciamento de nós mesmos? Então, nesse Natal, não compre muitas coisas, apenas esteja perto das pessoas que você ama e celebre a vida! E no próximo ano não tente ser muitas coisas, tente ser você mesmo. Encontrar a si e aceitar o que você é, pode ser o primeiro passo para transformarmos nosso planeta em um lugar melhor para todos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Liberdade!



"o objetivo do homem é libertar-se das ‘amarras’, rasgar o véu da ignorância e libertar a alma das correntes da existência” (ELIADE, 1991)

domingo, 8 de novembro de 2015

Bebê



"O bebê não é um papel em branco para ser escrito. Ele vem com uma história, com dramas profundos e neuroses". (C.G. Jung)

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Alice no país das maravilhas...

Alice: Chapeleiro, você me acha louca?
Chapeleiro: Louca, louquinha ! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são...
Alice: Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então.

Humano, demasiado humano

“(...) o homem está muito bem defendido de si mesmo, da espionagem e do assedio que faz a si mesmo, e geralmente não enxerga mais que o seu ante muro. A fortaleza mesma lhe é inacessível e até invisível, a não ser que amigos e inimigos se façam de traidores e o conduzam para dentro de si, por uma via secreta (...)”.

Nietzsche, Friedrich (1878) 



domingo, 1 de novembro de 2015

Mitologia Grega

Mito da origem das estações

Deméter e Perséfone

Deméter era a deusa do trigo e, de um modo geral, de toda a terra cultivada. Senhora dos cereais, não admira que os Romanos lhe tenham chamado Ceres.
Da sua união com Zeus, teve uma filha, Perséfone (Prosérpina, para os Romanos). Era a sua única filha, que cresceu, muito bela e feliz, na companhia das ninfas e de duas meias‑irmãs, as deusas Ártemis e Atena.
Hades, o deus dos infernos, que era irmão de Zeus e, portanto, seu tio, apaixonou-se perdidamente por ela. Um dia, quando a jovem passeava despreocupada pelos prados verdejantes, ao colher uma flor, a terra abriu-se de repente e Hades surgiu para a raptar e levar consigo para o mundo inferior sobre o qual reinava.
Deméter ouviu os gritos de aflição da filha e correu para a ajudar, mas nada pôde fazer. Nem sequer sabia onde ela estava nem quem a tinha levado.
Desesperada, começou a percorrer o mundo de lés-a-lés, em busca da filha, sem comer nem beber, sem se preocupar com o seu aspeto nem tratar de si, sem cuidar de nenhuma das suas tarefas. Acabou por conseguir que o Sol, que tudo vê, lhe revelasse quem fora o raptor da filha. Decidiu então não mais voltar ao Olimpo, a morada dos deuses, e renunciou às suas funções divinas até que a filha lhe fosse devolvida.
A terra foi ficando estéril e os homens com fome, pois as culturas secaram e morreram. Tudo era devastação e abandono. Então Zeus, responsável pela ordem no mundo, preocupado com a calamidade causada por Deméter, ordenou a Hades que devolvesse Perséfone. A jovem, porém, por fome ou instigada por Hades, comera já um bago de romã no mundo das sombras e esse pequeno gesto ligara-a para sempre ao reino do marido.
Teve então de se chegar a uma solução de compromisso e a um acordo: Perséfone passaria metade do ano com a mãe, no Olimpo, e a outra metade com o marido, no mundo dos infernos.
Assim, quando Deméter tem a filha ao pé de si, está feliz e a natureza floresce: é o tempo da primavera e do verão. Mas quando Perséfone tem de regressar para junto de Hades, Deméter mergulha de novo na maior tristeza: começa então o outono, vem depois o inverno e a desolação na natureza. E é essa a causa do ciclo das quatro estações.
Fonte literal: Centro de Estudos Clássicos Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa